Em um mundo em que se distanciava emocionalmente cada vez mais, vemos no encontro a saída para os nossos maiores medos.

Se tem algo que define o Século XXI é a internet. Ao longo dos anos começamos a ver as pessoas cada vez mais distantes umas das outras, nossos filhos no computador o dia todo e uma enxurrada de realidades fakes e desejos superficiais.

Isso até a Pandemia começar e mudar de vez a maneira como nos relacionamos. Perder de forma brusca o contato com a nossa família e os nossos amigos talvez tenha feito com que reavaliássemos o valor que devamos para isso antes. 


A medida em que as datas comemorativas vão passando começamos a sentir falta dos almoços em família, do bate papo na esquina e da comunidade como um todo.

O jeito de usar a internet, então, junto com a gente, também precisou se adaptar. E quem diria que nesse lugar, hoje, a gente encontraria a verdadeira definição de conexão e uma grande oportunidade de estreitar os laços como comunidade?

Começamos a enxergar a Coletividade como uma forma de suporte para acalmar os medos de um amanhã incerto. As oportunidades de fazer trabalho voluntário on-line e participar de grupos nas próprias cidades explodiram. Parece inacreditável, mas em menos de dois meses de quarentena mudamos, crescemos e transformamos a internet em um grande espaço comum para troca e apoio.

Nas ruas e na internet, vamos aprendendo novas formas de demonstrar nosso afeto que incluem como sorrir com os olhos e cantar parabéns a distância.  

E cultivar a empatia e a confiança vem sendo imprescindível para ultrapassar uma das piores barreiras do século. Entender que cada um faz sua parte engrandece o sentido de grupo. Porque sabemos que precisamos vencer isso juntos. Percebemos, finalmente, o quanto nossas atitudes definem o futuro da nossa cidade e país.

Todos fazemos parte de uma corrente agora. Precisamos cuidar do próximo e acreditar que ele vai fazer o mesmo por nós. Hoje, dividimos uma cidade, uma cultura e um único medo.

Esse Medo do que vai acontecer amanhã é o que nos une e nos faz perceber que não estamos sozinhos. O movimento em prol do senso de cooperação pode ser visto em cada detalhe e cada vez mais a confiança que, praticamente, não existia nas nossas grandes cidades vem sendo a única coisa que nos mantém unidos.  

Porque é preciso confiar que cada um vai fazer a sua parte para proteger todos.

Fazer parte da comunidade e de algo maior é o que vai nos fazer superar esse momento.

E quando tudo isso passar, nada mais vai ser igual, inclusive a gente.

E talvez isso seja ótimo.

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