Este é um dos questionamentos presentes na vida dos familiares e amigos de pessoas que perderam um ente querido. O luto é um processo normal, esperado e necessário, sendo singular a cada um, ou seja, vivenciado de forma única por cada pessoa. O enlutado pode apresentar uma diversidade de comportamentos decorrentes do processo de luto e em vários casos gera preocupação nos familiares, que questionam se aquela reação é normal ou não.

Sentir-se triste é extremamente normal neste momento. É esperado que as pessoas que mantinham um vínculo afetivo com o falecido expressem, em algum momento, dor e sofrimento pela perda, o que não significa que esteja com depressão ou que não seja normal neste momento. Chorar, sentir culpa, raiva, solidão, ansiedade ou agitação são manifestações que podem acontecer no campo SENTIMENTAL dos seres humanos no processo de luto.

No campo COMPORTAMENTAL, as manifestações mais comuns se dão por: distúrbio do sono, perda ou aumento de apetite, comportamento aéreo, isolamento social e sonhos com a pessoa falecida.

Já no campo COGNITIVO, geralmente as reações apresentadas são: confusão e desorganização, déficit de memória e concentração, pensamentos obsessivos sobre a causa da morte e história de vida do falecido, além de possíveis sensações físicas, como: aperto no peito, nó na garganta, falta de ar, fraqueza muscular, falta de energia e ânimo, hipersensibilidade ao barulho e possíveis queixas somáticas.

Todas essas manifestações podem ocorrer em algum momento no processo de luto, porém é preciso que as pessoas próximas ao enlutado se atente a freqüência e a intensidade com que elas ocorrem. Sofrer pela perda é inevitável, mas viver em um sofrimento eterno e angustiado não é saudável e nem esperado. Assim, é importante que cada pessoa se dê a oportunidade de procurar ajuda quando sentir necessidade, não se isolando da família e amigos neste momento tão doloroso.

Nágela G. Caíres Sousa

Psicóloga graduada pela UEMG – Faculdade Estadual de Minas Gerais

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