Nossa sociedade evoluiu de maneira inimaginável nas últimas décadas, com a internet, comunicação, facilidade de viagens, interatividade e tudo mais.

Mas existe um aspecto básico da nossa existência que simplesmente não muda – o grande tabu que a morte ainda representa. 

Lidar com a perda de alguém não é e nunca será uma tarefa simples. O luto é um processo solitário, assim como vivenciar qualquer dor, e todo ser humano vai passar por isso, é inevitável.

O processo do luto, além de muito pessoal, é intransferível.

Todo processo tem um começo, meio e fim. As reações emocionais são as mais diversas:

ao perder alguém, a pessoa pode sentir raiva, culpa, tristeza, solidão, nó na garganta, ansiedade, preocupação, descrença, alucinações.

O luto também desperta reações físicas como aperto no peito, vazio no estômago, falta de ar, fraqueza, boca seca, confusão, alteração no sono e no apetite.

Segundo estudos de profissionais da Psicologia, existem as fases do luto. Não é uma regra (uma vez que já comentamos que o luto é extremamente pessoal), mas a maioria das pessoas enfrentam um processo que tem as seguintes fases, podendo ser em ordem ou não: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.

Mas como saber se o luto se transforma em uma doença?

Alguns psicólogos ressaltam que por até dois anos o enlutado pode sentir-se triste, ter insônia, sentir-se angustiado, ter crises de choro ou ansiedade, podendo surgir sentimentos de culpa e raiva em alguns momentos, porém esse processo é considerado luto normal.

Quando esses sintomas passam desse tempo, agravam-se ou a pessoa nega a morte do ente querido a todo custo, é necessário procurar ajuda especializada de um psicólogo e/ou um psiquiatra.

Ou seja, quando a fase natural fica intensa, mais contínua que o habitual, o processo vira luto patológico (uma doença, por assim dizer).

A psiquiatria afirma que não existe tempo certo para superar a perda de ninguém. Cada um vai validar de acordo com a sua maneira. Para alguns pode demorar meses e para outros anos. 

O luto patológico se diferencia do luto normal quando as reações emocionais graves  desencadeadas pelo processo interferem na capacidade de a pessoa ter uma vida normal. 

Quando elas têm dificuldades em retomar sua vida depois da perda, todos os pensamentos e atos são estritamente relacionadas a essa perda, e a partir daí começam a ter prejuízos, perdem a vontade de ir ao trabalho, de interagir com outras pessoas, de fazer atividades rotineiras, ou mesmo apresentam comportamentos prejudiciais à saúde, como o aumento de uso de bebidas alcoólicas ou de cigarros.

Pode ocorrer distúrbio do sono, abuso de drogas, ideação suicida, diminuição da imunidade física, ficando mais suscetíveis a doenças que fazem parte das complicações do luto. Existem registros de aumento de doenças cardiovasculares, infartos e hipertensão no período do luto, momento em que a pessoa possui dificuldade de seguir um tratamento.

 

Como identificar o luto patológico?

Conheça alguns dos sintomas do estado patológico do luto.

  • alucinações com a pessoa que se foi;
  • períodos de emoções muito fortes;
  • desejo veemente que a pessoa volte;
  • negação;
  • perda do interesse por atividades rotineiras;
  • desânimo;
  • solidão intensa;
  • afastamento de tudo que traz a lembrança da pessoa falecida;
  • insônia.

Contudo, ainda existem algumas controvérsias sobre o diagnóstico do luto patológico, por exemplo: se uma pessoa apresenta uma série de sintomas de depressão, mas sofreu uma perda recentemente, os sintomas podem ser decorrentes do luto, e não da doença em si. 

Muitas vezes, a pessoa em estado de luto patológico pode ser erroneamente diagnosticada com depressão, da mesma forma que também pode desencadeá-la, caso a patologia perdure por anos. É uma linha muito tênue, o que torna tudo um pouco mais difícil. 

Por isso, a avaliação de um especialista é de extrema importância nesses casos, até porque a gravidade do distúrbio pode demandar o uso de medicamentos. 


E qual é o tratamento quando identificado o luto patológico?

Os melhores recursos são procurar ajuda médica e psicológica para que as pessoas possam encontrar um novo sentido à vida. 

Psicoterapia pode ajudar muito a amenizar os sintomas. É preferível procurar especialistas que lidam com a situação do luto, pois o objetivo da terapia é restaurar a autoconfiança, o entusiasmo. 

Outro objetivo importante com esse tratamento é que a pessoa reflita sobre a morte sem evocar a culpa, ansiedade ou revolta. Participar de grupos de apoio, esportes, religiões, filosofias de vida, cursos, mudanças de casa, viagens também é recomendável porque a ideia é reconstruir o sentido da vida.

A cura vem com o tempo, por meio da aceitação da perda e da retomada à rotina, do controle das emoções e da nova relação com a morte. O luto precisa ser totalmente resolvido, para que não haja recorrências futuras.


Se você não está conseguindo lidar com a morte de uma pessoa querida e acha que está levando tempo demais para superar, ou conhece alguém que se encontra nessa situação, entre em contato agora mesmo com o PROJETO HORIZONTES!

Permita-se sofrer o que tiver que sofrer para então seguir em frente, levando consigo apenas o melhor daquela pessoa que já se foi.


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