Todo indivíduo lida com a perda de uma maneira única. No entanto, quando existem circunstâncias que os impedem de expressar a dor, frustração e a raiva de ter que dizer adeus àqueles que amamos, o Luto Silencioso pode se desenvolver.

Toda dor traz a necessidade de elaboração. Quando recebemos do mundo – ao invés de apoio – indiferença, pode ser difícil encontrar um terreno fértil para a expressão do que sentimos. Isso pode afetar o Luto de diversas maneiras, além do equilíbrio da nossa vida.

Infelizmente, a morte ainda é um grande tabu na sociedade em que vivemos e lidar com a perda de alguém que amamos é, por si só, extremamente doloroso. Em circunstâncias “normais” o Luto já enfrenta preconceitos.

A nossa dor reflete o medo do outro, e é raro encontrar alguém que não tenha uma sugestão sobre quanto tempo ele deve durar e a forma que devemos agir para “nos recuperar logo”.

Além disso, algumas perdas particulares são comumente mais minimizadas que o “normal” em nosso meio. E, seja implícita ou explicitamente, as pessoas das quais esperamos suporte podem nem sempre se apresentar receptivas ao nosso sofrimento.

Quando isso acontece, sentimos que precisamos esconder o que sentimos e literalmente sofrer calados. Como consequência, acabamos por enfrentar o processo - já é complicado e doloroso - nos sentindo incompreendidos e completamente sós.

“Um indivíduo que sofre em silêncio pode ficar preso em um estado de negação ou depressão silenciosa. E, sem a oportunidade de conversar sobre a perda ou lidar com as emoções associadas ao luto, é mais difícil lidar com todo o processo.”

Essa situação, pode preceder o Luto Silencioso.

Isso acontece normalmente quando os indivíduos, às vezes se isolam, negam que algo esteja errado e, em alguns casos, sentem sentimentos de vergonha e culpa relacionados à perda.

O luto silencioso pode ser mais comum em algumas circunstâncias. Veja a seguir:

Algumas causas do luto silencioso estão relacionadas à maneira como certas famílias e culturas abordam o assunto da perda. Pode ser que expressar tristeza ou apegar-se a sentimentos negativos não resolvidos em relação ao falecido seja considerado impróprio.

Perder alguém que amamos de forma trágica ou inesperada, por exemplo, pode levar a esse tipo de reação.

A culpa silenciosa que um filho pode sentir pelo suicídio da mãe, por exemplo. Uma mulher que sofreu um aborto pode viver o Luto em silêncio por sentir que ninguém se identifica com a sua perda. Além disso, indivíduos que perderam seus entes queridos em acidentes trágicos podem engajar em um nível de choque emocional que leva à um sofrimento calado.

Outro fator que pode impactar e perpetuar o Luto silencioso são as pressões do meio (família, comunidade e outros) para substituir o ente querido.

A Cura: Receptividade, Escuta Ativa e Apoio

Lidar com a morte de quem amamos é uma tarefa dolorosa em todas as circunstâncias, lidar com ela sozinhos é ainda mais difícil. Por isso, o começo da cura durante o processo silencioso é encontrar pessoas que escutem de forma honesta e ativa é grande parte do processo para a elaboração do Luto.

E o que isso quer dizer?

Quer dizer que por mais que a nossa comunidade ou família não entendam o que vivemos, não quer dizer que outras pessoas não vão entender. E está tudo bem procurar apoio fora de um lugar que não consegue nos receber por inteiro.

Existem grupos de apoio voltados para específicos tipos de Luto que fazem um trabalho incrível ao criar uma rede de suporte saudável com pessoas que vivem experiências similares.

Encontrar um meio de expressar e validar a nossa dor – sem que alguém tente consertá-la – é essencial para a elaboração de um processo saudável. E, caso, você não queira fazer isso em grupo, também pode procurar um profissional especializado de sua confiança.

O mais importante é que você não precisa passar por isso sozinho(a).

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Fontes: 

https://www.infobloom.com/what-is-silent-grief.htm

https://psychology-spot.com/silent-grief-disenfranchised-grief/

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