Ao longo do século 20, uma crença comum de que as pessoas “bem resolvidas” com o Processo de Luto eram aquelas que cortavam qualquer relação com quem faleceu.  

Muitos acreditavam, que o enlutado colocava um ponto final e “superava” o Luto, no momento em que conseguia deixar o passado no passado e continuava sua caminhada sem olhar para trás.

Infelizmente, apesar de já estarmos no século 21 há muitos anos, ainda podemos ver sinais dessa forma de pensar toda vez que ouvimos frases como “Você deve seguir em frente” ou “Está na hora de você esquecer o que aconteceu. Já faz muito tempo”.

No entanto, de uns anos para cá, transformações vem ocorrendo e a forma em que o mundo enxerga a morte e o processo de luto também mudou.

Uma delas é que pesquisadores ao redor do mundo começaram a acreditar que para muitos, manter e cultivar os vínculos com quem faleceu, na verdade, é uma parte normal de uma adaptação saudável após a perda.

O Artigo Digital da Revista Vistas Online, do American Counselling Association, reuniu alguns desses pesquisadores, que falaram mais profundamente sobre como isso pode acontecer ao longo do processo de Luto:

Sentir a Presença

A primeira é sentir a presença da pessoa que faleceu. Muitos enlutados podem ouvir ou ter a sensação de estar perto dos entes queridos mesmo após anos do falecimento. Falamos mais sobre o assunto nesse artigo.

Conversar com quem Amamos

Ao visitar o local do enterro é muito comum conversarmos com quem faleceu. Mas isso, não necessariamente, acontece apenas lá. Muitas pessoas conversam com entes queridos no dia a dia ou quando fazem suas preces.

Quando a pessoa que faleceu é uma forma de modelo a ser seguido, ou alguém muito especial que admiramos, é comum no perguntarmos o que essa pessoa faria no nosso lugar ou que tipo de conselho dariam.

Os pesquisadores contam que, muitas vezes, podemos “adotar (ou rejeitar) o sistema de valores de quem faleceu ou integrar a memória deles na nossa vida de forma que nos ajude a redefinir quem somos.

Além disso, muitas pessoas que se despediram de quem amam procuram conversar com o círculo de amigos e conhecidos do falecido com o objetivo de conhecer mais sobre quem amavam.

E o que isso quer dizer?

Os resultados das pesquisas e o artigo mostram que, por mais que alguns ainda acreditem que a melhor maneira de “seguir em frente” seja esquecendo o passado, o Luto é muito mais do eu isso. Ele é sobre abraçar quem amamos e procurar uma forma de ressignificar a vida na nova forma que ela se apresenta.

Tentar “esquecer” aqueles que amamos e, naturalmente parte de quem somos pode, na verdade, nos afastar de uma forma saudável de viver o Luto.

E, foi pensando nisso, separamos também três maneiras práticas para cultivar o laço com quem amamos e viver o Luto de forma saudável:

1 - Escrever Cartas sobre Como Nos Sentimos

Cartas são conversas escritas. Da mesma forma, escrever também nos ajuda a elaborar nossos próprios sentimentos, sendo uma forma de ajudar na nossa organização mental durante um período difícil.

2 - Visitar Lugares, Livros, Filmes e Músicas que eles Amavam

Uma forma de conhecer melhor e manter vivas as conexões com quem você ama, especialmente para aqueles que não puderam conhecer muito bem quem faleceu é revisitar o que a pessoa adorava. Conhecer a história dos que já se foram e mantê-la viva também é uma forma de valorizarmos a nossa história também.

E conhecer os nossos antepassados também é uma forma de conhecer nós mesmos.

3 - Celebrando a Memória

Contar histórias sobre a pessoa para as novas gerações também é uma maneira de honrar a memória de quem amamos. Outras formas de fazer isso, é através de um livro da Memória onde você pode colocar fotos e outras lembranças.

Além disso, você pode participar do Memorial Cuidar, onde você pode deixar a sua mensagem para o seu ente querido ou fazer parte da rede de suporte de outra pessoa.

É importante lembrar que as dicas são apenas sugestões e o seu Processo de Luto é único e individual.

Se você, está vivendo o Luto hoje, e precisa de suporte entre em contato com (37) 99139-0013.


Fonte: American Counseling Association

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